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Folhas partidas
Monday, March 27, 2006
 
Há dez anos, eu acabava a primeira versaun de A senhora Lens, até hj a unica digitada na ihntegra. Era o mesmo dia da morte do Dr. Almor, vale dizer, quando terminava a era dos ivros de bolso pra mim. Há em posts anteriores trechos do livro e, em blogs, fragmentos. Não há de ter sido em vaun tanta perda e dor, algumas decerto coisas da vida, outras talvez rigor demais de meus juízes. Aqui (pra efeito tb de registro da data), o resumo do romance, que tb tem seu próprio , que começo a mostrar a partir de hj, pessoalmente, aos editores.

A senhora Lens é uma mulher casada, artista plahstica, mãe de uma filha adolescente. Mora numa vila de pescadores cuja economia depende da temporada, embora seu marido, um editor, tenha o ideal - que ele manipula para proveito pessoal - de fazer do lugar um pólo de livros de bolso. Ela já abriu maun da separação, a que é incentivada pela amiga Silvia. Em parte por medo do temperamento de George, em parte por se acreditar mais dependente em termos financeiros do que realmente é. Um dia, chega Gerard, para trabalhar na pousada. Apaixonam-se, ele e a senhora Lens e, resignado aa proibição do amor mas não aa ausencia dela, casa-se com Michele, a filha. Antes de se casar, encontra Sonia, garota de programa que George Lens frequenta, a quem confessa o que sente por Rose Lens. Aids e internet desempenharão papéis importantes no desenvolvimento da trama.

Bem, parece mais complicado do que realmente é... =)

Minha gratidão a Anne pela digitação e impressão e a todos que contribuiram com sugestoes e incentivo.
 
Friday, March 24, 2006
 

Uma cena de "A garota da vitrine" (shopgirl, 2006) mostra como pode se adensar a parede de nossa vida, impedindo qualquer ligação entre o que a gente sabe e o que faz (ou deixa de fazer) nos ilhando num saber inutil. É a reflexão da personagem de Steve Martin quando diz da ironia que há em sofrer tanto por alguém com quem não se envolveu mais exatamente para não sofrer depois que acabasse, numa lógica de precaução que nunca funciona, ou funciona ao inverso, na vida afetiva. É triste como a gente sabe se preparar pro píor de modo a, com isso, sacrificar o melhor da vida. Essa personagem, certo momento, diz à de Claire Danes, quando ela lhe agradece por lhe ter quitado uma divida, que "pra ele era fácil" (pois tinha muito dinheiro). Mesmo assim, em nenhum momento se mostra realmente interessado, ou disposto, ao que é dificil - amar a garota plenamente, com as coisas que naun dependem do dinheiro, como disponibilidade e exclusividade, e ir ao mundo dela em vez de querer traze-la ao seu; multiplica gestos de amor fáceis ou pelo menos visíveis (leva-la ao hospital, aa cama, a festa), que naun lhe exige muito é é a parte agardável do amor. Antes tem o discurso de avisa-la (da não exclusividade e envolvimento); quando ela questiona isso, tem o discurso de dizer que avisou - tudo assim, racional, pra basear sentimentos. E assim, mesmo sofrendo, quaseescolhe sofrer, mas de um jeito com que, acredita, poderá conviver. Deixa o caminho livre para que ela vá embora para dps sentir sua falta, em vez de impedi-la.
Assim, ela descobre que há mais dela mesma, porque mais vida, no outro, o pobre (Jason Schwartzman) principalmente pq ainda em processo de crescimento (material, mas qdo saudável engloba tudo), no qual a inclui, e ao amar se expoe e assim permite aos dois tudo o que com o rico ela apenas usufruia, sem que houvesse comunhão. Ele, a personagem de jason, é proximo, acessivel, a parede existe mas é perceptivel que poderá ser transposta - como diz Claire no começo: "Voce é aquele tio de pessoa que a gente demora mas acabará achando especial?" O outro, Steve, ao contrário, é óbvio, o que se vê dá de cara as vantagens, que se podem enumerar, está tudo ali, tanto para a sensivel Claire como para sua fútil e interesseira colega.
Como em tudo na vida, não dá pra ter uma felicidade assim, sob medida, um amor que apareça pronto, um futuro que naun seja incerto, e por isso mesmo termina sendo o unico possivel, porque, em nada na vida, há certeza ou garantia e quando há, em geral, vêm junto todos os males igados aa não-vida, dos quais a falta de paixao, o tédio, o desamor, a não-entrega, são os primeiros.
Claire desfaz sse conforto enganoso com Steve quando age, mesmo sob risco, porque a opção "me magoar agora" é sempre melhor que o sempre prorrogado "depois". Claire sai do trabalho pra naun se permitir a logica enganosa do habito, como Jason vai pra estrada e nisso chega a encontrar o caminho de casa. Há assim uma contínua harmonia entre agir e destino, e uma triste coerencia entre apenas dizer e manutenção de um status.
Que bom se filmes assim saissem com a gente do cinema e passassem a viver em nossas vidas, mudando-as pra melhor.
 
Monday, March 13, 2006
 
O recuo do Governo em relaçaun aa nova cobrança por minuto dos telefones fixos mostrou o que já se devia suspeitar e boa parte de nós ainda ignora: apesar do avanço proporcional, como um todo é pequeníssimo o no. de pessoas que usam banda larga. Na verdade, pelo numero de pessoas que frequentam lanhouses é tb gde o numero de pessoas que sequer têm computador. Com isso, com essa limitação de fazer amigos apenas enre nossos “pares”, transfere-se ao ciberespaço a deformaçaun social de classes, ou seja, amigos mesmo só os do nosso meio (seja lá o que isso signifique). Na madrugada de hj vi White Palace (com Susan Sarandon e James Spader) que já nos anos 80 era um tiro nessa idéia: o protagonista, jovem rico sofisticado leva o filme inteiro cheio de amigos, a secretahria eletronica abarrotada de msgs e de repente ao conhecer a garçonete solitária por quem se apaixona, vê o quanto a vida dela é realmente importante pra si mesma e pra seus dois ou três “contatos” e o qto ele prohprio nada tinha a ver com sua networking, preconceituosa em sua vazia limitação “por afinidade material” e nada mais. Em resumo, networking é estreitar de relações mto além de post, reply e scraps, de telefonemas eventuais e de “eventuais” eventos, o que naun dá pra se fazer sem paixaun, sem que se esteja aberto ao sentimento afim, venha de onde vier, da forma que vier, admitindo que a verdadeira amizade (ou amor) – a pessoa que verdadeiramente nos importe – pode estar onde naun exista afinidades economicas e, portanto, tecnologicas, mas depende só de vida, e vida é apenas...vida.
 
Monday, March 06, 2006
 

Estava feliz, mas sentia medo. Procurei-o na mente, no coração, na alma, no espírito, enfim, mas ele estava apenas no corpo. Me acalma um pouco, saber que posso ter pessoas assim próximas. Mas o que temo tem a ver com a proximidade geográfica ou com a distancia virtual, que torna iguais ruas, estrada ou vôo de distancia?Poderia talvez estar mais calmo, se ela apaziguasse o único lugar de meu temor? Em que momento a carência deixa a carícia ultrapassar a ternura e invadir a libido? Não sei. Acontece. Assim como o abraço dos amantes torna-se, súbito, fraternal.
Ou se desfaz.
 
Saturday, March 04, 2006
 

O suicídio do rapaz, os milhares de recados pra menina que dançou com Bono e a humilhação da esposa do jogador porque ele estava supostamente jogando mal - foram a gota dágua: cancelei o cadastro. Pelos frutos conhecereis, diz a máxima, da qual não dá pras fugir. A internet é boa. Pra cada lance escabroso que pinta, há um contraponto benigno. Ou melhor, a internet é de fato reflexo da vida, pra bem e mal. Há coisas úteis, como a faca e a escada, se porém, mal utilizadas, podem matar. E há coisas inúteis e que podem matar tb. Alguém dirá: Ah, mas o orkut serve pra achar pessoas!... é verdade. Mas faz tempo que ninguém mais usa assim, seu uso cristalizou-se no mal, no inutil. Depois que fiquei sem micro, passei a ver isso com mais clareza, pois é preciso remir o tempo nas lanhouses. Ao contrário da faca, um revolver não faz comida. O Orkut é o revolver da net. Enquanto no resto da rede há coisas boas e más, ali só ócio, ruiindade, preconceito, fofoca, pedofilia, maledicencia, ciúme, vaidade, inveja, tráfico, etc - ou, na melhor das hipóteses, muito, mas muuuuuuuito tempo (esse nosso bem mais precioso) completamente perdido.
 
blog de Ricardo de Almeida Rocha Este ano: ricardr - rocha on the horizont mail: Ricardo

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