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Folhas partidas
Monday, October 30, 2006
 

Impossivel ou não, o amor mantinha meu sopro de vida e animo. O dilema: ser uma pessoa leal e iver num mundo como este em que a lealdade é quase imoral, sinônimo de decadencia e fracasso. Lembro meu avo, meu pai. Como se não se resistisse aa vida sendo assim. Ser desleal é requisito que quem não preenche não é sequer por virtude, é egoismo msm, é pq não quer pra si uma vida assim "estatal" e, pensando em si mesmo, a gente cai fora (e as pessoas caem fora de nós). O msm qto a trabalho: na Rede, no Tribunal, era louvado, amado, não fui abandonado nem traído (ah sim, tinha o dinheiro que hoje nãop tenho embora não fosse a pessoa que hj sou - gde coisa). E não quero ser aquela pessoa realizada, materialmente e só. Assim, acabou mesmo. E quem vai chorar? e quem vai dizer Era um homem leal? Bem, deixa eu ir...
 
Thursday, October 26, 2006
 
Lendo “Não diga noite”, de Amoz Oz, um belo livro que vende bem e cujos recursos do autor servem apenas a quem devem servir – à obra literária -, impossível impedir a reflexão: Não bastasse a coisa odiosa que é a literatura transformada em comércio qualquer, a gente com freqüência assustadora vê o outro extremo, o elitismo, o intelecto como (falsa) arte. Assim se dividem os livros hj: mais vendidos x mais cultuados (não necessariamente comprados e sequer necessariamente lidos). Não é de hoje na verdade. Ulisses foi o marco: Joyce revolucionário usa a revolução para proveito pessoal - e não é enfim o destino de todas as revoluções? E consegue ser chato ao ser genial. E o lampejo, o fluxo da consciência, o ganho de vitalidade no discurso interior indireto, o fluxo de vida enfim, se perde (aquele de “Giacomo Joyce”, por exemplo). Amoz hoje, Nerval ontem, Proust sempre – mas, se não nascer uma nova geração que escreva porque não pode viver sem isso, não por dinheiro ou fama mas pela vida que a literatura em si é, sem se preocupar com o mundo pq só o tempo pode julgar a arte – se assim não for, a perspectiva do que se chama por esse nome, arte (vale para cinema, música etc, mas fugiria ao post), essa perspectiva será absolutamente sombria.
 
Thursday, October 19, 2006
 
Quem é essa mulher? Cresceu decerto ao cruzar comigo a cisdade. Havia um comício atrapalhando o trânsito. Mais que carente, tornou-se bela. Apareceu perante mim como uma revelação, limite entre dois mundos; a vila erma se expõe vigorosa como uma igreja se disrtingue na praça, como a palavra que detém o milagre. É a vida em familia ideal, desmedida, o frio da noite mais q a reunião social onde a vida se dissipa, a felicidade impossível - supera a rotina com um universo intangível e nem por isso (ou por isso mesmo?) irreal. O clima maias ameno para minha doença, o espaço da crise perfeita, isso é a mulher, amada, eterna porque colhida - a flor ofertada não envelhece como no canteiro, será sempre a do primeiro momento, outros olhoas além da surpresa feliz jamais a verão. Tenho saudade da pracinha mas não espero, não mais, deixarei de ser e não importarao os sonhos ali sonhados. Estou chorando, Ricardo. O resumo é: quem compra seja como quem não compra, quem chora como se não chorasse. Porque as coisas mudam e a aparencia PASSA. Tudo nasce dentro de nós e portanto tudo sabemos sempre, mas esquecemos, e assim esperamos. Nada espere. Então abri a porta e saí.
 
Tuesday, October 10, 2006
 
Minha conta na Caixa Economica Federal foi aberta em 1998, agência UFES (Universidade do Espírito Santo - 0662), e seu número é 23430-5. Como me mudei de Vitória para o Rio, esperava apenas que meu cartão vencesse para que a transferisse para o Rio. Enquanto isso ia usando o cartão naturalmente.

No sábado, 23 de setembro de 2006, fiz meu último saque, na sala 24 horas da Agência Cardeal Arcoverde, onde costumo fazer as operações em terminais desde que estou no Rio. No mesmo dia, também na parte da tarde, usei o cartão para uma compra no Pão de Açucar, de pouco mais de dez reais, restando no saldo cerca de 553,00 reais. Na segunda feira, usando o terminal, soube que meu cartão estava bloqueado. Na terça, indo aa agencia Cardeal mencionada, soube que havia um saque feito numa lotérica no Ceará (com diferença de menos de uma hora de minha compra pelo que não poderia ter sido meu, que estou repito no Rio). Entrei com a contestação e o gerente de operações enviou o parecer para minha agência (constatando a clonagem). No dia seguinte, os bancos entraram em greve.
 
Monday, October 09, 2006
 
Como cruzávamos todos os dias no elevador, não posso dizer que Beto era apenas um vizinho, porque mais vale o vizinho que está perto do que o irmão longe. Hoje, o vizinho está longe também e de alguma forma a gente também fica pairando. Faz-se uma daquelas ocasiões especiais em que o minuto que passou pouco apresenta em comum com o atual e o seguinte terá seus atributos peculiares, distando uns dos outros não o período de tempo que realmente os separa, mas todos os séculos culminantes no Juízo. Num prédio com característica de maioria de pessoas de meia-idade, tinha pouco mais de 50, entre pessoas sempre aas voltas com médicos, era saudável, tinha uma namorada superestável, também moradora. É o tipo da coisa que deixa a gente perplexo, questionando tudo, da previdência e preocupação com o amanhã até as inquietações diárias com dinheiro. Era ademais alegre, simpático, gostava de praia. De manhan, nos encontramos no mercado. De tarde soube (depois de ver o mal súbito) que não nos encontraríamos mais. Meus sentimentos transmudam conforme a atenção eh desviada para as lembranças dele, ou de outros mortos precoces, para um canto mais sombrio do quarto ou para as grandes esperanças traduzidas nos primeiros raios do sol, diante das quais o mar brame para o infinito seu refrão eterno de réquiens metálicos.
 
 
Foi assim que aconteceu. Em meio a tantas pessoas no shopping, aquele beijinho de cumprimento, tão timido que os rostos quase nem se tocam. Oi, chegou há mto tempo? E uma esperança tão vaga que se me perguntassem nem saberia dizero que esperava dali; mas no fim das contas a esperança é mesmo independente de objetivo. Talvez tenha a ver com a entrevista de emprego que deu em nada na época, uma substituição talvez; e talvez no fundo todo amor seja isso, uma troca, primeiro de afetos, dps de afeto por conveniencia, o macho provedor que precisa alivio noturno e por fim resta a força animal das relações consanguineas com fugas eventuais para a fantasias que nisso se resumem a isso se resumem: fugas; a mulher deixa de amar o homem pelos filhos, o pai diz Meus filhos são tudo pra mim e na hora do almoço vai para o motel com aquela q não é a mae deles. Etc. Se é asim, quem perde relacionamentos de parentesco, o que terá, quando nãio possa mais dizer Vencia graças ao apoio de meus pais, ou minha mãe é tudo pra mim? e quem não vence, que alívio terá de noite? (portanto o desempregoé mais grave do q se supoe. Uma substituição q se consiste em se agarrar a algo, em não deixar o compo livre para a angustia, uma tábua de salvação para os depressivos. E até escrever será um dom visto com desdém, para que mais serve quem assim desabafa? Mas a substituição afinal de nada adianta, não é cura, só um perigoso paliativo, torna o ser resistente a todo tramento posterior. É assim que acontece: em meio aas pessoas na estação, um mesmo onibus, a mesma carencia, o espaço dentro vazio, a casa vazia, a cama vazia, e a casa vazia e a falta que caracteriza o amor - desejo, o não-ter de que o amor se constitui - falta que não pode ser suprida sem que mate o sentimento, feito da própria falta, e que todavia é rpeciso desesperadamente preservar. Você vai praonde? A história da humanidade
 
Wednesday, October 04, 2006
 
Meu vizinho morreu

Como cruzávamos todos os dias no elevador, não posso dizer que Beto era apenas um vizinho, porque mais vale o vizinho que está perto do que o irmão longe. Hoje, o vizinho está longe também e de alguma forma a gente também fica pairando. Faz-se uma daquelas ocasiões especiais em que o minuto que passou pouco apresenta em comum com o atual e o seguinte terá seus atributos peculiares, distando uns dos outros não o período de tempo que realmente os separa, mas todos os séculos culminantes no Juízo.
Num prédio com característica de maioria de pessoas de meia-idade, tinha pouco mais de 50, entre pessoas sempre aas voltas com médicos, era saudável, tinha uma namorada superestável, também moradora. É o tipo da coisa que deixa a gente perplexo, questionando tudo, da previdência e preocupação com o amanhã até as inquietações diárias com dinheiro. Era ademais alegre, simpático, gostava de praia. Meus sentimentos transmudam conforme a atenção eh desviada para as lembranças dele, ou de outros mortos precoces, para um canto mais sombrio do quarto ou para as grandes esperanças traduzidas nos primeiros raios do sol, diante das quais o mar brame para o infinito seu refrão eterno de réquiens metálicos.
 
blog de Ricardo de Almeida Rocha Este ano: ricardr - rocha on the horizont mail: Ricardo

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