Terminei as revisoes dos romances para as ediçoes de baixa tiragem. Alguns quase ilegíveis. Tomara consigam decifram. Basicamente, os diálogos estão implícitos, essa é a mudança básica.
"Trair é normal"
Na apresentação da matéria (Revista de Domingo, O Globo, 2/4), a editora quer apenas, diz, "convidar aa reflexão". O título, nesse caso, deveria ser mais adequado. É não deixa dúvida e normal diz respeito ao que é norma (regra, preceito, exemplo). O que pode ser comum, não raro, não é, apenas por isso, normal, algo que sirva como modelo. A frase do título é uma contradição de termos. Aliás, a própria reportagem mostra isso.
Trair é não corresponder aa confiança, que é a base do relacionamento amoroso. Assim, tudo vai depender do que estamos falando. E, em determinado momento, o texto explica: "Os relacionamentos se estabelecem a partir do vinculo amoroso, da conveniência ou da compensação". Nos dois últimos casos, trair, de fato, chega aser "normal", mas não no sentido de envolver confiança, porque conveniência e compensação a dispensam. Aliás, relacionamento amoroso por conveniência ou compensação é outra contradição de termos.
Mas não levemos a coisa tão a sério. O terapeuta, que é um terapeuta normal, é claro, aconselha na reportagem que deve haver mentira numa estrutura de relacionamento para que ele sobreviva.. Portanto, não estamos falando de relação de confiança. Assim, a traição é trair a mentira (que é o próprio relacionamento).
Nesse estranho contexto, trair - que nada tem a ver com confiança - é mesmo normal num relacionamento estável - que nada tem a ver com amor.
Ainda assim, é dificil imaginar que a mentira, seja lá a conotação que tenha, possa ser uma escolha definitiva e confortável.