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Folhas partidas
Friday, May 05, 2006
 


Durante a estada em Petropolis coroei duma otite a minha dor. As fisgadas falavam de minha tristeza e ao tardar o efeito do antibiótico, com a aura de felicidade que emprestara aos atributos do alivio, julguei haver perdido uma gratidão (no mínimo) onde ainda depositava esperança. Mas reconhecendo a desgraça na cura, não na dor, que ao voltar ao Rio (se voltasse) e a mim mesmo, ao ser sem privações e decepões afetivas, entendi que teria voltado aa minha mediocridade inerente - um morto sem interesse senão circunstancial aaqueles que o conhecem, o prazer imediato ao qual se sacrifica tanta verdadeira vida futura...

Assim, quando senti o timpano, na noite em que marcamos uma decisao sobre nós pra amanhã (se no Rio estivesse), constitui imagens relativas a alivio e felicidade, unindo a dor física (ouvido) e a moral (o abandono), dependendo pois de um efeito concreto para a cura. Mas quando afinal agora, de novo, não pude contar com uam palavra amiga, e era tudo o que queria, e livre de qualquer sintoma da infecão, percebi que a verdadeira infecção permanecia, a minha alma, e se derramava por mim inteiro, latejando em abstrato. Não tenho mais nada nem ninguém. Tem o que marcamos. Nem namoro nem amizade, e mesmo companhia ainda é incerto que vá ser.

Mas tudo bem, se minha alma sangra é vida e apenas vida, tudo está em seu lugar. Estou satisfeito pois pelo menos não corro mais ao longo desse resto de vida o menor risco de criar expectativas...

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Cresci achando vergonhoso o que naun era - ou era? Fui educado, ou me eduquei, pra naun falar do bem que fizesse, como dar o agasalho, unico, e dar ao mochileiro que passava com o mesmo frio que eu. Até hj luto com uma possivel culpa inconsciente de ter doado o computador que hoje me faz falta taun vital, de ter deixado a Rede, mesmo sendo então infeliz e vivendo a mentira de um casamento que só por ela se sustentava.. Não tenho pudor de pedir dez reais se estou sem nada nem de dar vinte se me ferá asem nada ficar. É a historia de minha vida. Da qual as pessoas só sabem ou comentam a parte do naun ter, do pedir. Na hora da verdade (a verdade do mundo), o que se tem pra contar é mesmo dinheiro ou nada. E sinceramente, a tamanha humilhação de hoje, porque ao contrário da juventude, quando superara esses momentos com trabalho, hoje não é mais assim, a idade é a culpa maior de todas, o não ter pensado a respeito. É, os que me chamam precipitado e os que me amam se me respeitar devem estar certos.
 
blog de Ricardo de Almeida Rocha Este ano: ricardr - rocha on the horizont mail: Ricardo

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