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Folhas partidas
Friday, June 30, 2006
 

SE um acontecimento sacode o torpor cotidiano, se as ruas se enchem de festa, especialmente quando há uma câmera por perto, isso nada modifica, nem podem pretender, os acontecimentos, ter essa função. Há uma razão para que a boa literatura (que é um reflexo da vida boa - do bem, quero dizer) evite o gerúndio e os adjetivos: é apenas ser, no momento e não antes ou depois, no presente, sem rebuscá-lo ou mante-lo, impedindo o que é relevante -real- e o que é novo. A maior razão de ser da Copa não é esportiva, muito menos futebol, mas claro o contém, e a paixão das pessoas que gostam de futebol e outras que gostam do clima provocado. Seja como for, apenas ser pode sim se beneficiar dos acontecimentos. Libertar-se, desejar e satisfazer o desejo, sonhar. É mais fácil conscientizar-se quando há transe ao redor, e ainda melhor para isso a casa do luto do que a da festança. A euforia ou a depressão coletiva, vinda do exterior, incita um movimento interior proporcional (ou pode faze-lo), a vitória pessoal, a superação, a paz etc não chegará com explosões mas quem sabe num suspiro em meio aas explosoes...
 
 
Num mesmo dia, uma manha, a de hoje, revejo um amor que se perdeu e vejo um amor que parece ter mesmo se perdido. Duas perdas. Ou a liberdade para um ganho futuro, final, talvez. Não importa tanto. Quero sossego.
 
 
Cinco e poco da primeira tarde fria do inverno no primeiro dia sem jogo da copa. É bom convalescer da euforia coletiva, dos jornais sem utro assunto, é assim que volto a me entregar à vida, meus livros. Descontada a fantasia erótica. Descontado o gozo no vazio. Que vergonha. Ou não. Volto ao fluxo, da primeira pessoa para a terceira, retiro adjetivos e gerúndios, acho o tom, ou tento achar, sem a convicção antiga, o editor que compraria. Agora, é fluxo no nada, como o outro.
 
Sunday, June 25, 2006
 

Corresponder-se com pessoas virtuais May 19, '06 6:36 PM
for everyone

diferentemente do contato pessoal, amarrado pelas convençoes, é lançar pedras num lago e ser os círculos em ondas, como o tinir de um sino, expectativa cristalizada que pode com um pouco de controle próprio perdurar, como um orgasmo que se adia para que seja pleno. O escrever possui, na net, enfim, um sentido de vida imediata da escrita, tanto quanto da anterior posteridade - e são ambas necessárias, o momento e o depois. Somos o texto antes de sermos nós mesmos, as palavras me introduzirão. Há algum tipo básico de consciencia, por exemplo, nas reflexões de leitores de um blog, do que o contato com a pessoa a seu lado no metrô. A internet possibita, acho, o registro de um tempo real que a vida mesma nao tem, irregular que é, mas inteira, como um rio que intercorre pela cidade. A mulher entra em seu quarto na cidade estranha, que não é apenas seu.. Portas batem e vozes se exaltam onde só precisa haver paz e bem, havendo carinho. Defende-se o amor amando, não afastando uma outra pessoa que se aproxima para amar. Já chorei tudo, pela dor. Então saio sozinho pela noite. Em alguma dimensão, por esse post mesmo, a intenet guardará esses momentos e os entrelaçará. Um dia.
 
blog de Ricardo de Almeida Rocha Este ano: ricardr - rocha on the horizont mail: Ricardo

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